A história do Mosteiro de Lorvão

 

O Mosteiro

Situado na Vila de Lorvão, no concelho de Penacova, na região centro de Portugal, o Mosteiro de Lorvão é um dos mosteiros mais antigos da Europa, e segundo algumas teorias a sua fundação remonta ao século VI. Outros dizem que a sua fundação ocorreu provavelmente depois da reconquista cristã no ano de 878.
Na verdade, os primeiros documentos conhecidos relativos ao Mosteiro de Lorvão datam de 878 e são testemunho de uma importante comunidade que desempenhou um importante papel no repovoamento da região.
Originalmente um mosteiro masculino, foi um importante mosteiro e centro de produção de manuscritos iluminados no século XII, servindo depois como mosteiro feminino. Depois da extinção das Ordens Religiosas em Portugal no século XIX, viu novo uso já no século XX como hospital psiquiátrico, o Hospital Psiquiátrico do Lorvão, encerrado em 2012.

As três beatas Teresa, Sancha e Mafalda, chamadas de Rainhas Santas, eram filhas do rei português D. Sancho I (o povoador) e da rainha portuguesa D. Dulce, de origem aragonesa e irmã de Afonso I de Aragão, rei de Aragão, sendo também netas do rei D. Afonso Henriques, do qual D. Sancho I era filho.

Nascidas e criadas na Corte, acabaram todas por abraçar a vida religiosa, apesar de duas delas terem chegado a casar. As suas muitas obras de misericórdia e piedade, levaram a que fossem reconhecidas pelo povo que, devotamente, lhes dedicou culto desde muito cedo.

Sancha nasceu em 1180 em Coimbra. Devotada à vida religiosa, fundou o mosteiro de Celas, cisterciense, no qual viveu a maior parte da sua vida. O seu corpo foi depois depositado no Mosteiro de Lorvão, regido pela sua irmã Teresa. Faleceu em 13/3/1229. Sancha foi beatificada pelo Papa Clemente XI, a 13 de Dezembro de 1705 e a sua festa litúrgica celebra-se no dia 11 de Abril.

Teresa nasceu em 1176 em Coimbra e foi esposa de Afonso IX de Leão, rei de Leão e da Galiza. O casamento viria a ser anulado por serem primos. Teresa regressou então a Portugal, ao Lorvão, onde viria a fundar um convento beneditino ao qual se recolheu. Pouco tempo depois transformou o mosteiro em abadia cisterciense. Lorvão e Leão ficaram assim ligadas para sempre pela história. Faleceu em 18/06/1250 no Mosteiro de Lorvão. Teresa foi beatificada pelo Papa Clemente XI, a 13 de Dezembro de 1705. e a sua festa litúrgica celebra-se no dia 17 de Junho.

Mafalda nasceu em 1195/6 e faleceu em 1/5/1256 em Rio Tinto. O seu corpo incorrupto encontra-se exposto na Igreja do Mosteiro de Arouca e a imagem da Rainha Santa Mafalda figura ainda hoje nas armas dessa vila portuguesa. Mafalda foi beatificada pelo Papa Pio VI em 27 de Junho de 1793 e a sua festa litúrgica celebra-se no dia 17 de Junho.

A Doçaria conventual

O mosteiro terá sido fundado no séc. VI, tendo albergado ordens masculinas durante vários séculos. No início do século XIII, viria a transformar-se numa congregação feminina da ordem de Cister e por ali passaram filhas de algumas das mais ilustres famílias portuguesas. Estas mulheres dedicavam muito tempo e empenho no fabrico e criação de doces. Das mãos destas freiras saíram algumas das mais ilustres receitas da doçaria conventual portuguesa, como é o caso dos Pasteis de Lorvão e das Nevadas de Penacova 

A Ordem de Cister

Em 1098, nos confins de uma floresta na Borgonha, França, junto a pântanos e terras bravias, emergiu o rebento de uma renovação monástica e uma futura abadia de grande projeção na Cristandade coeva e nos tempos vindouros. Falamos de Cister, Cîteaux ("estevas"). Trata-se da Abadia-Mãe da reforma beneditina.

O lugar de nascimento era o mais afastado do mundo, inóspito, agreste, duro, austero, uma explosão de natureza em todos os sentidos. Roberto de Molesmes, monge clunicense (beneditino), à frente de um grupo de confrades do seu mosteiro (Moslesmes), ansiosos por renovar a sua experiência de vida monástica, solicitou ao abade que os deixasse ir viver mais áspera e rigorosamente a Regra do Glorioso Patriarca S. Bento, numa época em que estas experiências de refundação, renovação ou mesmo fundação ex novo de ordens (novas) era frequente, como sucedeu igualmente com a Cartuxa (...) e outras ordens canonicais, numa sequela reorganizadora da vida monástica suscitada pela reforma gregoriana do séc. XI.

https://www.snpcultura.org/ordem_cister_heranca_cultural_portugal_europa.html

Santa Teresa

Teresa nasceu em 1176 em Coimbra e foi esposa de Afonso IX de Leão, rei de Leão e da Galiza. O casamento viria a ser anulado por serem primos. Teresa regressou então a Portugal, ao Lorvão, onde viria a fundar um convento beneditino ao qual se recolheu. Pouco tempo depois transformou o mosteiro em abadia cisterciense. Lorvão e Leão ficaram assim ligadas para sempre pela história. Faleceu em 18/06/1250 no Mosteiro de Lorvão. Teresa foi beatificada pelo Papa Clemente XI, a 13 de Dezembro de 1705. e a sua festa litúrgica celebra-se no dia 17 de Junho.
https://youtu.be/5VDwXJ-aCAc

O Apocalipse de Lorvão

O Apocalipse de Lorvão e o Livro das Aves, são documentos produzidos pelos monges deste  Mosteiro, no século XII. Duas obras primas medievas, e que atualmente se encontram à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

O Apocalipse do Lorvão foi incluído no Registo da Memória do Mundo em Outubro de 2015.

O Apocalipse é o último livro do Novo Testamento, e significa a revelação do fim do mundo pecador, da luta entre o bem e o mal que terminará com a vitória de Cristo. Tal como esta realidade, por inacessível à razão, teve que ser revelada por Cristo a S. João (para lhe mostrar o triunfo do bem sobre o mal e não para aterrorizar), o texto do Apocalipse teve que ser comentado em escritos alegóricos, simbólicos, para ser mais facilmente inteligível. Os cristãos foram perseguidos, humilhados e marginalizados; o imperador romano era divinizado e quem não o adorasse era afastado dos bens materiais e por vezes martirizado. 

O Apocalipse do Lorvão pertenceu ao mosteiro de S. Mamede do Lorvão, de onde foi levado para a Torre do Tombo por Alexandre Herculano em 1853, ano em que, depois da extinção das ordens religiosas, percorreu os mosteiros portugueses para recolher documentos que considerava importantes para a história do país.

No Lorvão, em Penacova, encontrou este manuscrito, com 66 iluminuras feitas em 1189 pelo monge Egas para ilustrar o Apocalipse. Só existem 22 no mundo e apenas este tem iluminuras feitas no mosteiro de Lorvão.

A obra encontra-se na Torre do Tombo, em Lisboa, onde ainda se encontra, e sobre o qual a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), escreveu: "Documento de extrema importância para a história do país".

https://www.facebook.com/pg/penacovactual/photos/?tab=album&album_id=738290319518058

Os Palitos

De pá e bico ou artísticos, de flor ou pestana, o fabrico de palitos teve, segundo a tradição, origem no Mosteiro de Lorvão, já que as freiras os produziam para decorar bolos e doces. Passariam, posteriormente, a ser produzidos pelas populações locais e vizinhas, levando, ao longo de muitos anos, o nome do concelho a todo o mundo. Lorvão seria mesmo intitulada, por Leite de Vasconcelos", a "capital do palito".

Utilizando madeira de salgueiro ou choupo, a manufactura dos palitos, é faseada: os rolos de madeira são descascados e secos ao sol e no forno da boroa, após o que são rachados; colocada a coira em cima do joelho, as mãos dos artesãos manuseiam a navalha transformando o pau em palitos, que, vendidos directamente a particulares ou a comerciantes entravam no circuito comercial. Apesar de a sua produção ser hoje mais diminuta, prevalece em muitas localidades a tradição desta manufactura.

(in www.facebook.com/municipiodepenacova

O antigo celeiro do Mosteiro de Lorvão

A norte de Lorvão, situada na vila da Pampilhosa, na freguesia da Pampilhosa, Município da Mealhada, está a Casa Rural Quinhentista, cuja posse e gestão é do GEDEPA Pampilhosa, e que inclui o antigo celeiro do Mosteiro de Lorvão, e onde está instalado um Museu Etnográfico, repositório de um vasto e importante património material, incluindo biblioteca e arquivo com numerosos documentos manuscritos que refazem a história local.
De acordo com a Direcção-Feral do Património Cultural (https://www.patrimoniocultural.gov.pt) a mais antiga referência à povoação de Pampilhosa data de 1117, quando Gonçalo Randulfes e o seu filho Telo decidiram doar ao Mosteiro de Lorvão, em disposição testamentária, a villa rústica de Pampiliosa, cujo termo integrava parte da actual freguesia (GONÇALVES, 1959).
No ano de 1510 a abadessa do Lorvão, D. Catarina de Eça, mandou edificar no centro da povoação um paço, uma "casa ampla" construída para o repouso das freiras com um celeiro "farto", (ARROTEIA, NEVES, SEMEDO, 1989, p. 227), cujo objectivo era o recebimento das rendas e foros locais.
A Casa Rural, como é habitualmente conhecida, é um conjunto edificado em torno de um pátio, ou eira, disposto de forma a servir as suas funções agrícolas, sendo de destacar que é o único exemplar de casa quinhentista na região.

https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/do-azeite-ao-comboio-a-historia-de-pampilhosa-e-contada-na-casa-quinhentista

 



Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora